A partir dos 5 meses de gravidez, comecei a deitar um líquido do peito, que após uma chamada para o médico, fiquei a saber ser o colostro. Todos os dias dava conta do soutien sujo, uma maravilha... not!
Batatinho cá fora, tinhamos pela frente a parte da amamentação. Nas aulas tinhamos sido alertados de que os primeiros dias seriam mais dificeis mas que depois tudo normalizaria. E que, de facto, o leite materno é o mais indicado para o bebé e para a sua imunidade.
Ora, as primeiras tentativas foram completamente frustradas. O batatinho era desajeitado, não pegava como deve ser, chorava, e a mãe dele, moi meme, inexperiente nata, também não sabia muito bem como fazer. As enfermeiras ajudaram e explicaram como puderam. Umas queridas à excepção de uma velha guarda que queria fazer a coisa à força. Uma pequena besta que agarrava o batatinho e o empurrava à bruta para a maminha. Mandei-a logo passear. Sem tirar nem pôr.
No hospital, tentávamos dar a maminha, para nos irmos habituando, e de seguida ele bebia leite artificial. O meu leite demorou uns dias a subir, e isso só aconteceu quando já estávamos em casa, 3 dias depois.
Com a subida do leite, era ver-me pingar pela casa, uma alegria! Andava com umas conchas no soutien que tinha de despejar com tanta frequência que às vezes não me lembrava, baixava-me e pimbas, banho de leite :)
O leite era tanto que o batatinho nem tinha prazer em mamar, não fazia força, aquilo caia-lhe na boca com tanta facilidade que o desgraçado ficava irritado depois de mamar. Optei então pelos mamilos de silicone, a invenção do século. Com os ditos, o pequeno mamava a bom mamar, sugava a bom sugar, e no final estava exausto e dormia :) Passou a ser assim e ainda hoje são os meus melhores amigos, os mamilos de silicone.
Pelo meio, o peito encaroçou, eu não estava a dar vazão a tanto leite, o peito doía para valer, tinha que tirar o excesso com a bomba, no banho massajava o mais que podia, e até febre tive. Nada de anormal, segundo os especialistas. Com a febre e as dores, liguei ao médico que me disse para tomar uns comprimidos que se usam para secar o peito, mas em quantidade menor, de forma a frear a quantidade do leite, que era um abuso.
Não tive coragem de tomar aquilo. Tive receio de ficar sem leite. Pensei algumas vezes em cagar de vez e passar a dar leite artificial, mas depois o peso de consciência apoderava-se de mim, e lá fazia o sacríficio.
Hoje, as coisas estão normalizadas, como me tinham dito que seria. Continuo a dar mama, em exclusivo. Não tenho dores. Não tenho febre. A quantidade de leite equilibrou. E o batatinho é um verdadeiro leãozinho a comer.
No post anterior, quando perguntei o que levava uma mulher a decidir não dar peito ao seu filho era mesmo quando, ainda grávida, já tinha decidido não dar peito. Mesmo sem saber se teria ou não leite. Alguém passou por isso? E porque tomou essa decisão?
(o batatinho esteve internado 3 dias, no final do ano, e eu tive de ficar 24h sem dar peito. Aí foi mesmo a prova de fogo: o meu peito começou a doer de novo, por estar tão cheio, eu passava o tempo a tirar com a bomba para me aliviar, e não houve um minuto em que não ponderasse em cagar na cena e secar o peito de uma vez por todas. No meio de stress, pressões, preocupações com o batatinho doente, visitas a aparecerem sem mais nem porquê no hospital, e sem avisarem, quando o miúdo não recebia visitas, chorar a toda a hora, acho que se tivesse optado por não dar mais mama, não seria condenável. Não aconteceu. Superei a prova. E tenho orgulho em mim. Daí não compreender muito bem, fundamentalismos à parte, as mães que decidem antes do bebé nascer não dar peito. Apenas porque não. Mas cada um sabe de si. E Deus sabe de todos :)).
(mais uma vez, a minha mãe foi o meu grande apoio, a minha grande amiga, o meu grande ombro. há mães e mães, mas à minha tenho mesmo de "tirar o chapéu". sempre!) (adenda: COMO É ÓBVIO, o batato é o meu pilar. mas isso escuso de estar sempre a dizer. somos o pilar um do outro. o ombro um do outro. sempre)
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
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3 comentários:
Grande Batata, nada nada fácil. Eu compreendo quem desiste... sinceramente acho uma violência para a recém-mamä. Dores, dependência, tudo... se a nossa sanidade mental está em perigo, o melhor é mesmo parar.
às vezes passa-me pela cabeca que quando tiver o segundo filho, se calhar näo lhe vou dar mama. É que é o dia todo nisso, meia-hora ali parada de 2,5h em 2,5h. E o meu primeiro filho o que é que lhe faco? como é que o vou fazer sentir que ainda sou a mäe querida dele? se tenho um bebé colado a mim grande parte do dia.
Mas näo sei... logo vemos...
Ainda falta MUITO tempo para pensar nessa aventura.
A propósito, vai-lhe dando um biberon de vez em quando (com leite materno) para o habituares ao biberon. Senäo depois é um festival... O meu baby näo queria biberon nem por nada deste mundo, e já tinha 8 meses, comia algumas sopas, mas precisava ainda de muito leite, e sempre que aparecia o biberon parecia que via o diabo. É mais fácil de se habituarem se comecarem de bem pequeninos.
Beijocas
Ganda mulher.....
Estou super orgulhosa de ti...
Bjos
Grande Rita! Eu compreendo todas as decisões porque acho que a mãe é que é a Rainha da Maminha, deve ser livre de escolher, mas acho pena que não se experimente sequer. Para mim, pela segunda vez, está a correr muito bem desde o início, sou uma sortuda :)
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